Relatos de violência em presídio de SC mobilizam autoridades
02 de novembro de 2009 • 08h05 • atualizado às 08h08
Uma reportagem mostrada pela RBS TV local evidencia situações das quais os detentos que estão presos no Complexo São Pedro de Alcântara e no Presídio de Tijucas, na grande Florianópolis, são submetidos a espancamentos por parte de policiais que trabalham no local. A reportagem mostra uma operação de transferência ocorrida em fevereiro de 2008, comandada pelo Departamento de Administração Prisional (Deap) na qual os condenados apanham algemados dentro de um banheiro, têm a cabeça mergulhada em um vaso sanitário e seguem apanhando mesmo aparentando desmaios. Durante o vídeo, os policiais afirmam que fazem aquilo para "dar uma lição" aos detentos.
Também teriam ocorrido agressões em série no presídio de Tijucas, onde um laudo médico encaminhado à Justiça mostrou agressões corporais em 143 dos 350 presos examinados. A situação de violência teria ocorrido no chamado "corredor polonês", situação que obriga os presos a passar pelo meio de policiais para ser espancados. Depoimentos de presos à reportagem confirmam as agressões.
A delegacia de Tijucas abriu inquérito para investigar as acusações. A delegada Luana Backes disse ao jornal que as ações mostram que os policiais serão investigados por crime de tortura. O secretário executivo da Justiça e Cidadania de Santa Catarina, Justiniano Pedroso, disse ao jornal que vai querer saber "as razões e motivos" da violência policial.
Em entrevista para o jornal, o diretor do Deap Hudson Queiroz confirma que participou das ações de transferência, mas afirma não saber das ações de tortura. Em relação à operação em Tijucas, Queiroz admitiu ao jornal as agressões e justificou, afirmando que houve confronto e os presos teriam a intenção de fazer um agente como refém, ameaçando com armas artesanais.
O juiz-corregedor do presídio, Pedro Walicoski Carvalho, disse ao jornal que isso não justifica as ações. O presidente da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil em Santa Catarina (OAB-SC), Dórian Ribas Marinho., afirmou que as ações de violência são "inclassificáveis" e "injustificáveis sob todos os aspectos". O presidente ainda disse que a ação mostra falta de "respeito à dignidade humana".
http://noticias.terra.com.br/brasil/noticias/0,,OI4076593-EI5030,00.html
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